segunda-feira, 11 de julho de 2016

Uma regra curiosa do Euro 2016



1. É apenas uma curiosidade, mas tem alguma graça. Dei por ela quando a França venceu a Alemanha e apercebi-me de que, se essa regra valesse na final, isso significava a vitória de Portugal.
2. A regra tem a ver com as seis selecções consideradas cabeças de série, a saber a França, a Inglaterra, a Alemanha, a Espanha, a Itália e Portugal, cabeças de cada um dos seis grupos iniciais. A continuação destes grupos nos jogos a eliminar foi feita de forma a que três delas, se ganhassem o seu grupo, ficavam dum lado e as outras três do outro, nos três jogos entre os oitavos e as meias finais. Aconteceu que a Inglaterra e a Espanha não ganharam, ficaram em segundo lugar, e por isso ficaram do lado errado, isto é, com as três que ganharam, França, Alemanha e Itália, que era o que teria sucedido a Portugal se em vez de primeiro ou terceiro ficasse também em segundo.
3. A regra passou-se então apenas entre os 5 cabeças de série e enuncia-se assim: sempre que um deles foi eliminado, o seu vencedor foi eliminado no jogo seguinte. A Inglaterra foi eliminada pela Islândia, a qual foi eliminada a seguir pela França. A Espanha foi eliminada pela Itália, a qual foi eliminada a seguir pela Alemanha, a qual foi eliminada a seguir pela França. A regra é empírica e só se verificou depois do aleatório que há em cada jogo por definição. Ninguém tendo eliminado Portugal, se ela prevalecesse na final, a França seria eliminada por Portugal, campeão da Europa. E assim foi, para nosso grande gáudio!
4. Esta regra permite comparar a sorte/azar das diversas equipas. Quem teve azar, perdendo, foram a Espanha e a Inglaterra, segundas nos seus grupos e logo eliminadas no primeiro jogo. Enquanto que as outras três tiveram todas igual sorte, dois adversários cabeças de série, ganhando ao primeiro e perdendo com o segundo. Se a sorte de Portugal foi ter ficado em terceiro no seu grupo e portanto só poder encontrar um cabeça de série na final, essa sorte foi travada de azar ao perder logo o seu melhor jogador, daqueles raros que decidem desafios, além de jogar em casa da super favorita que acabara de vencer os campeões do mundo. Não foi só sorte ter ganho a final sem Ronaldo, foi também tripa!
Público, Cartas à Directora, 18/07/2016

1 comentário:

Luís de Barreiros disse...

... um brilhozinho nos olhos ... algo paira no ar... uma lufada de ar fresco...dá força!