O meu velho Amigo Artur Mário respondeu assim a “A relação da Matemática à
Física”
(http://filosofiamaisciencias2.blogspot.pt/2016/02/a-relacao-da-matematica-fisica.html)
“O que mais me enche de admiração é que o cérebro humano possa reproduzir o
que se passa no mundo”. Tem particular importåncia o poder das grandes formulas
matemáticas...
Heisenberg diria por outro lado: as pontes entre o psiquismo e a matéria são os números.
Neste sentido, tudo se torna “informação”,o que é igualmente exemplificado
ao nível biológico pelo ADN e em particular pelo ARN (planos), a tal ponto que
se põe a questão da “anterioridade” destes em relação aos mecanismos gerados.
Estes “sistemas de representação” ao nível do cérebro e dos “embriões” são
significativos duma quase “codificação” universal. As informáticas confirmam
isso mesmo.
Ao nível do infinitamente grande e pequeno (quanta), só a estatística funciona como lógica
científica.
Aí esbarramos com limites. O caminho para a fórmula universal está vedado,
assim como para um deus qualquer.
Que se sabe dizer de noções como o vazio, a anti-matéria ou o infinito?
A “não harmonia” do mundo (como um bloco que resvala sem fim) aliada à
consciência dos limites geram (em alguns) a exigência dum deus ou a crença dum
“acaso absoluto”.”Só um deus nos pode salvar·” (Heidegger). Apesar das grandes
convergências, estamos longe dum código universal...
Minha resposta
Muito gosto em ler-te, coisa
rara !
Mas eu não ando por essas tuas
andanças. Talvez pela minha formação de ‘engenheiro’, nunca dei muito para
metafísicas, mesmo as dos físicos, cosmos e quantas. Tenho os pés na Terra,
onde o que me causa admiração é a fecundidade dos vivos e dos humanos, as
respectivas guerras também. A extrapolação para as físicas de estatísticas deixa-me
justamente reticente sobre a ‘cientificidade’ dessas démarches, que se limitam
a médias. Tu que és economista, sabes como a economia é pouco exacta, não é?
Útil, mas arma de guerra. A anti-matéria, ignorância minha sem dúvida, também
não me convence muito; choca-me a maneira como os físicos de hoje pensam, ou
melhor, não pensam as forças atractivas e a energia. Se algum físico levasse a
sério os duplos laços fenomenológicos que eu propus, talvez houvesse outras
perspectivas, mas não creio que isso alguma vez suceda (ninguém me conhece), de
qualquer forma os físicos hoje são uma muralha de aço, como soube o Jacques
Benveniste.
‘Informação’ é uma palavra que eu detesto, ela supõe o
dualismo: o que está fora informa o que está dentro. Ora, o cérebro não está
dentro nem fora, está em ambos, ‘dentro’ (do crâneo) enquanto biológico e
‘fora’ enquanto social, olhos, ouvidos, pele, mãos, tudo isso faz de nós (com
cérebro) ‘ser no mundo’. No cérebro só há química e electricidade, não há
representações nem informações. A informática é uma má palavra, cibernética é
muito melhor, diz o ‘trabalho’ do software, que não tem nada a ver com
informações. Um número não é uma ‘informação’, é uma conta ou uma medida, que
só vale em situação e em relação a outros números, ainda que implícitos. Donde
que o infinito matemático seja como o zero, convenções matemáticas, sem relação
com o divino ou o nada. Vazio, de ar, é giro: uma pena a cair ao mesmo tempo
que uma bolinha de chumbo, num cilindro de vidro no Pavilhão do Conhecimento da
Expo.
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