domingo, 1 de abril de 2012

Cortina de ferro cultural


Caiu uma cortina de ferro cultural sobre a Europa continental: doravante só a língua inglesa com o seu empirismo é veiculada pela globalização electrónica. Quem não sabe inglês, é analfabeto, quem não sabe francês ou alemão, é ignorante. A filosofia anglófona, que algumas vezes bisbilhotei, nunca me interessou: encontrei-me recentemente analfabeto, devido a esta involução cultural em torno de mim. Infelizmente, a tradução automática é aqui fortemente limitada, dado o grau zero da morfologia verbal inglesa (o que a torna óptima para a tecnologia, o comércio e o turismo) comparando com as ricas morfologias das outras línguas europeias.  Um dos problemas mais graves do mundo de hoje é que os Americanos só sabem inglês. Para quem não se resignar à auto-tradução numa língua de cultura estruturalmente empirista, a única atitude é a da resistência e das trocas cúmplices, que a Teia global aliás vem enormemente facilitar.

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